quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Google e SoundCloud contra a pirataria e dificultando a vida dos djs!

A nova política de hospedagem de músicas no Soundcloud pode prejudicar DJs que utilizam em seus mixes conteúdos protegidos por copiright.
 
Conforme divulgado, o site holandês está retirando da rede todo material com diretos autorais estabelecidos.

A regra já está sendo aplicada e alguns usuários começam a dar falta de sets que estão fora do ar. Ao que tudo indica a mudança ocorreu devido a pressão de gravadoras.

Além do SoundCloud, o Google acaba de confirmar que vai dificultar a vida dos internautas que utilizam o BitTorrent - sites que oferecem downloads de arquivos em geral.

A declaração - feita essa semana - pretende banir do famoso mecanismo de busca online as listas que fazem menção ao compartilhamento de arquivos. De acordo com o Google, a iniciativa tem o intuito de fazer com que os direitos autorais funcionem melhor via internet.

Entre os termos que podem sofrer restrições estão os associados à pirataria.

Críticos afirmaram que a batalha do Google contra os BitTorrent pode surtir efeitos negativos para diversos sites, pois as escolhas dos termos que serão banidos correm o risco de serem arbitrárias e vagas.

Agora resta aguardar para ver quais serão os resultados desta medida. É DJ, vai ter que rebolar...

Fonte: Blog Tec-Life
Via HouseMag

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Entrevista com Dj Alexandre Rocha

Há quanto tempo trabalha como DJ e quais foram suas maiores dificuldades e conquistas neste período?

Comecei aproximadamente em 1988 nas famosas brincadeiras de garagem com aparelhos de som 3 em 1, as iluminações eram lâmpadas coloridas com pastilha que piscavam, era o clima. Em 1990 fiz um curso de DJ com o Marcelo Paixão de Taubaté, foi a partir daí que comecei a entender o que era ser DJ.

A maior dificuldade foi comprar um equipamento, levei quase 1 ano para comprar meu primeiro par de Technics SL1200 MKII, um mixer Gemini de dois canais e um fone Sony V4.

Além da dificuldade material aponto outras duas. A primeira foi explicar para o público local que festa não era feito somente de rock ou trilha de novela, mas que existia toda uma estrutura de pista e ambiente club, que nós DJs da época, tentávamos mostrar e aplicar bem como as músicas, naquele tempo o que rolava era basicamente o house e o acid house, algumas tocando em rádios e outras nas casas que tínhamos como referência, como por exemplo, a Toco, Contra-Mão, entre outras.

A segunda dificuldade era pessoal, na época eu não entendia isso, só com o tempo e muita porrada você aprende que devido a essa divergência de gostos o processo seria muito lento e não adiantava eu querer fazer uma coisa do meu gosto que ia contrariar o gosto do público, tudo deveria ser mais lento do que eu imaginava, no inicio conciliar essas idéias e esses fatos foram difíceis, mas com o tempo tanto eu como a sociedade noturna da região foi amadurecendo.

Ainda existe dificuldade em trabalhar com e-music na região do Vale do Paraíba? Pq?

Entendo que dificuldades vão sempre existir, aqui na região a principal dificuldade é não termos casas noturnas que chamamos de “casas conceito”, essas casas possuem uma identidade musical para a e-music, a que mais se aproxima dessa idéia é o Machina8 de Taubaté, as demais se rendem ao ambiente mix, com um ou mais ambientes. Essa necessidade existe, pois o publico, por falta de opção e cultura, quer ouvir de tudo um pouco, eles ainda não sabem o que é “balada”.

Eu vejo que isso é assim por vários motivos, mas destaco dois, um é a falta de coragem dos donos de casas e produtores de festas e a outra é a rivalidade que existe entre eles. Se tudo fosse diferente, poderíamos criar uma sintonia entre as promoções e todo mundo sairia ganhando.

Que vertentes o público vai ouvir durante uma apresentação do DJ Alexandre Rocha?

Desde os anos 90 já conheci e toquei muita coisa, hoje meus sets englobam alguns estilos que entendo serem os mais bacanas de tocar e ouvir, eu não engesso meus sets num estilo pré-definido.

Para festas em clubs geralmente passeio entre o house e o progressive house, para festas open-air já gosto mais do tech-house e do techno, além de um estilo que gosto muito que é o deep house, timbres e grooves mais suaves e finos, mas não menos empolgantes, que deixo para sets que tem esse apelo mais refinado.

Há algum tempo, nos meus sets, gosto de jogar sons que entendo que sempre serão bons, esquecendo se são novos ou velhos, mas que vão fazer a pista explodir mais ainda.
Atualmente eu, particularmente, escuto muito nu disco e acid jazz, pretendo fazer algo nesses estilos.

Onde o público, interessado em dançar ao som do DJ Alexandre Rocha, tem que estar?

Infelizmente ou felizmente eu não tenho um local fixo, já que não sou residente, mas minhas apresentações vão de casas como a Vinil em Pinda até festas particulares, mas para saber aonde eu vou estar é só me seguir no facebook ou no Orkut, sempre tenho minha agenda divulgada por lá.

E a sua experiência em rádio? Fale um pouco sobre ela.

Eu já havia participado de alguns programas de FM na região, mas foram participações pontuais, até que em 2006, a então produtora da Rádio Aparecida, Giane Carvalho, me convidou para comandar um projeto de programa de música eletrônica somente com produtores brasileiros, o nome do programa era Brasil Eletrônico.

O projeto deu tão certo que além de ficar no ar por 3 anos sem interrupções, nós passamos a ser referência na divulgação da cena eletrônica nacional, tanto dos produtores quanto dos eventos.

Depois de quase um ano afastado, voltei a Rádio Aparecida, mas agora juntamente com o DJ, locutor e produtor Dudu Prado, nós encabeçamos dois programas, o Power Play e o Ta Na Pista.

Conte-nos sobre o SINDECS e a profissionalização da profissão de DJ?

Há alguns anos, os DJs paulistas fundaram o SINDECS (Sindicato dos DJs e Profissionais de Cabines de Som - www.sindecs.org.br), com objetivo claro de unir os profissionais em prol da sua profissionalização e do reconhecimento como trabalho, e conseqüentemente, fazendo jus a todos os direitos e prerrogativas que uma profissão possui junto ao Ministério do Trabalho.

Para isso, foi necessária a mudança da Lei Federal 6533/78, que regulamenta a profissão artística em nosso pais, entre outras atividades, por esse motivo o finado Senador Romeu Tuma criou a PL-06816/2010, a qual percorreu todo o tramite junto à câmara legislativa, sendo aprovada por todas as comissões e pelos plenários de ambas as casas (câmara dos deputados e senado federal), faltando somente a sansão presidencial. Mas, para surpresa geral de todos, no último dia 08/12 houve o VETO da lei por parte do Presidente da República e tendo como um dos principais motivos o fato de que o disc-jockei não foi considerado uma profissão.

Mas, esse veto não põe fim na luta e nem tão pouco aos sonhos de todos os DJ que querem ter sua atividade reconhecida como profissão, passando a ter inúmeros direitos como aposentadoria, indenização e afastamento pelo INSS em caso de acidente de trabalho, carga horária, salário/cachê pré-definido, além de outras inúmeras vantagens.

Por tudo isso que o SINDECS pode proporcionar, está correndo na internet um abaixo assinado que tem por objetivo instruir um recurso para revogar esse veto. Para assiná-lo basta acessar o www.sindecs.org.br

Você ainda ministra cursos para pessoas que queiram ser DJs? Fale-nos um pouco sobre esta atividade.

Ministrei curso de DJ inicialmente no SENAC de Guaratinguetá em 1994, depois disso ministrei alguns workshops no próprio SENAC, no Colégio Usefaz de Guará e na Universidade Anhanguera de Taubaté e, recentemente fui convidado a ministrar curso na EMETEP, colégio técnico na prefeitura de Guaratinguetá/SP.

Paralelamente a isso, ministrei cursos particulares para alguns DJs, como o Juliano Castro, Gab Ribeiro, Ricardo Ballerini, Flavia Liss e Alexandre Guida.

No curso passo o básico que toda pessoa que quer usar o adjetivo DJ tem de saber: historia da música, história dos DJ no mundo e no Brasil, tempo, compasso, mixagem, técnicas de mixagem, identificação do público, como montar um repertório musical, marketing para DJ e ética na profissão.

Você acredita que na região do Vale do Paraíba exista espaço para muitos DJs? PQ?

Eu entendo que como em toda profissão, os bons vão prevalecer e vai chegar uma hora que vai se atingir um número ideal. O detalhe que ao se falar nisso, precisamos voltar ao conceito de DJ, o que é ser um DJ?

Não se pode confundir DJ com operador de som. DJ é a pessoa responsável em fazer a animação musical de uma pista de dança, através de títulos de terceiros ou dele mesmo, utilizando-se para isso das técnicas de mixagem, repertório musical e identificação do público. Esse conceito você pode utilizar em festas in-door ou open-air, festas particulares ou clubs. A pessoa que não se enquadra nessa definição, principalmente na utilização de técnicas de mixagem e repertório musical dificilmente terá condições de usar o adjetivo DJ.

Desta forma podemos analisar se as pessoas que conhecemos e se dizem “DJ” realmente o são. Aventureiros existem aos montes, motivados pela modinha e por achar que ter uma conexão dsl, um notebook e meia dúzia de amigos “fritos” é ser DJ, o Vale está cheio desse tipo de gente que não vai longe e só atrapalha o mercado.

Como surgiu o projeto Vale DJs e qual o objetivo do mesmo?

A Vale DJs, diferentemente do que muita gente achou no passado, não é uma festa, é uma associação de DJs. Surgiu em 2003 da vontade de 10 DJs que, a exemplo do que acontece ainda hoje, na época dificilmente tocávamos em matéria de e-music, mas sim o que o mercado pedia baseado nas rádios e programas de TV.

Passamos a fazer apresentações abertas ao publico no estacionamento de um grande posto de gasolina de Guaratingueta com horário dividido entre os DJs que tocavam sets de e-music. Nesse formato durou quase dois anos, até que recebemos o convite de fazer esse evento num grande clube de Guaratinguetá, já com outro formato e foco, o que durou mais um ano.

Nessas festas, pregávamos a idéia da união dos DJs em prol da boa musica e da atenção às necessidades da classe, contudo, por conta da fogueira das vaidades, falta de união e interesse de alguns e até mesmo coragem de inovar, a associação não aumentou e acabou “congelada”.
Hoje, com a mobilização em torno da profissionalização da profissão de DJ, pretendo voltá-la para o foco da associação de profissionais mesmo, dentro da idéia difundida pelo SINDECS.

Quais são os projetos futuros do DJ Alexandre Rocha?

Além da reativação do Vale Djs, 2011 vem com alguns projetos. No final de 2010 recebi dois convites e estou me dedicando a eles. O primeiro foi de ser Delegado Regional do Vale do Paraíba do SINDECS, Sindicado dos DJ e profissionais de cabine de som e o segundo é ser o coordenador e professor de um curso de DJ junto a Prefeitura de Guaratinguetá em sua escola técnica, a EMETEP.
Além disso, estou dando consultoria no projeto de uma casa noturna que deve ser aberta na região já no segundo bimestre do ano.

Por último existe a questão da produção musical. Eu pesquiso e converso sobre isso com muita gente, sendo esse mais uma meta para 2011.

Para finalizar, o que o público precisa saber referente ao DJ Alexandre Rocha?

Muitas vezes fui rotulado como metido ou dono da verdade, estou longe de ser alguma das duas coisas, a verdade é que eu procuro conhecer e entender sobre as coisas que me interessam e a partir daí ter meu ponto de vista, idéias e valores e, na minha opinião, acho que é isso que falta as pessoas que me criticam.

Estou sempre em busca de novas informações e conhecimentos, sou sedento por aprender, nunca vou ser dono da verdade, mas estou sempre em busca dela.

Meu trabalho é serio e não aceito brincadeira e bagunça, ser DJ é um trabalho divertido, e não uma diversão. É trabalho e por isso deve ser respeitado por quem está fora e principalmente pelos próprios DJs.

Abaixo links relacionados ao DJ Alexandre Rocha